Rescaldo
1º Perdemos. Gostava de acreditar que alguém ganhou mas não consigo. Alguém importante, entenda-se, não estou a falar de engenheiros e economistas sem gravata.
2º Há que reconhecer mais uma vez que a direita só tem um estratega em Portugal: Marcelo Rebelo de Sousa voltou a marcar o referendo, seja pela positiva, seja pela negativa.
Por um lado, penso que a estratégia seguida foi correcta, na medida que permitiu ir captar eleitorado ao centro. Marcelo foi o não light.
Por outro lado, penso que em matérias destas há pouco lugar a certo tipo de concessões. O Gato Fedorento apanhou-o muito melhor do que algum político faria. Entre o Não de Marcelo e o Sim, provavelmente preferiria o Sim, que ao menos ataca frontalmente o aborto clandestino.
Fica-me a dúvida se não foi um factor de desmobilização no Não.
3º Outra dúvida que tenho é se não andámos a chover no molhado. Por um lado, penso que fizémos o que tínhamos de fazer, o que devia ter sido feito por Portugal inteiro, em termos de Igreja: estes assuntos cabem aos leigos. Devem ser eles mexer-se a preparar esclarecimentos, a falar com as pessoas olhos nos olhos. As nossas ideias não passam com chavões, precisam de ser pensadas, mastigadas. Curioso. No ourtro dia disse, não a propósito disto, que os piores hamburgueres, os que têm mais gordura e menos nutrientes, não são de carne, são de ideias.
4º Última nota para dizer que a moderação neste referendo foi muito útil. Do encontro de ideias entre SIM e NÃO resultou um compromisso que poderá melhorar em muito a lei que venha a ser votada. O aconselhamento, o período de reflexão, o encaminhamento para o planeamento familiar são apenas algumas das ideias que ficam em cima da mesa.
5º Agora é trabalho: trabalho junto das mulheres que querem levar a sua gravidez até ao fim, concerteza. Mas também a preparação do próximo referendo. Se há coisa que temos a aprender comn certa esquerda militante é como se infiltra uma minoria até à maioria, com um trabalho subliminar entretecido durante anos. E temos que ganhar dianteira em alguns aspectos: planeamento familiar, educação sexual, adopção. Nós temos que marcar a agenda. Porque uma coisa é certa: seja para voltar atrás quando se perceber que o aborto não se tornou nem raro nem seguro, seja para alargar os prazos, este assunto não fica por aqui.
2º Há que reconhecer mais uma vez que a direita só tem um estratega em Portugal: Marcelo Rebelo de Sousa voltou a marcar o referendo, seja pela positiva, seja pela negativa.
Por um lado, penso que a estratégia seguida foi correcta, na medida que permitiu ir captar eleitorado ao centro. Marcelo foi o não light.
Por outro lado, penso que em matérias destas há pouco lugar a certo tipo de concessões. O Gato Fedorento apanhou-o muito melhor do que algum político faria. Entre o Não de Marcelo e o Sim, provavelmente preferiria o Sim, que ao menos ataca frontalmente o aborto clandestino.
Fica-me a dúvida se não foi um factor de desmobilização no Não.
3º Outra dúvida que tenho é se não andámos a chover no molhado. Por um lado, penso que fizémos o que tínhamos de fazer, o que devia ter sido feito por Portugal inteiro, em termos de Igreja: estes assuntos cabem aos leigos. Devem ser eles mexer-se a preparar esclarecimentos, a falar com as pessoas olhos nos olhos. As nossas ideias não passam com chavões, precisam de ser pensadas, mastigadas. Curioso. No ourtro dia disse, não a propósito disto, que os piores hamburgueres, os que têm mais gordura e menos nutrientes, não são de carne, são de ideias.
4º Última nota para dizer que a moderação neste referendo foi muito útil. Do encontro de ideias entre SIM e NÃO resultou um compromisso que poderá melhorar em muito a lei que venha a ser votada. O aconselhamento, o período de reflexão, o encaminhamento para o planeamento familiar são apenas algumas das ideias que ficam em cima da mesa.
5º Agora é trabalho: trabalho junto das mulheres que querem levar a sua gravidez até ao fim, concerteza. Mas também a preparação do próximo referendo. Se há coisa que temos a aprender comn certa esquerda militante é como se infiltra uma minoria até à maioria, com um trabalho subliminar entretecido durante anos. E temos que ganhar dianteira em alguns aspectos: planeamento familiar, educação sexual, adopção. Nós temos que marcar a agenda. Porque uma coisa é certa: seja para voltar atrás quando se perceber que o aborto não se tornou nem raro nem seguro, seja para alargar os prazos, este assunto não fica por aqui.
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