sexta-feira, julho 13, 2007

Reformas antecipadas

Os casos que vieram a público de professores em situação que justifica a sua reforma antecipada e que foram mandados trabalhar (malandros!) por juntas médicas fazem parte de uma campanha de moralização (?) que o Governo lançou. Não tenho nada contra a o combate às baixas fraudulentas, nem contra o equilíbrio das contas públicas, a começar pela Segurança Social. O que não me parece razoável é que se elimine a Segurança Social para equilibrar o seu orçamento, que as instituições funcionem sempre mal, em função dos resultados políticos que se pretende alcançar. Agora há que dar ideia de rigor, considera-se fraudulentos uns quantos casos que o não são, amanhã a notícia é o insucesso escolar, inventam-se uns quantos relatórios e inspecções às escolas que apresentem maus resultados. Quando não houver nada para relatar, manda-se a ASAE passar umas multas nuns restaurantes. Dá um ar de autoridade e rigor e ainda entram uns trocos. Como se tudo isto não bastasse, quando chegam as notícias deste mau funcionamento - pequenas baixas transitórias: como se sabe até agora só morreram duas pessoas - faz-se um ar amofinado de quem não sabe nem tem que saber e nem percebe porque é que lhe estão a perguntar porque "não sabem os pormenores dos casos particulares". Informam que já há investigações a decorrer, mesmo antes das notícias e que é necessário mais investigações. Em primeiro lugar gostava de saber que investigações foram iniciadas antes das notícias virem a lume, em que datas e porquê. Em segundo lugar gostava de saber que medidas foram imediatamente tomadas para que situações destas não se repitam. É que o apuramento de responsabilidades é secundário perante a possibilidade de morrerem novos cidadãos. Não lhe parece, Senhora Ministra?

P.S. Porque os comentadores se limitam ao tom da resposta da ministra e não falam do conteúdo daquela resposta ou do assunto que a motiva? Qualquer dia comentam a roupa que ela trazia e esquecem tudo o que tenha a ver com educação.