terça-feira, agosto 21, 2007

Marketing feroz

A ideia central do pensamento de Miguel Portas em relação à Transgénica Vermelha é dita no parágrafo final do seu post, citado anteriormente.
"Quanto ao mais, o assunto vai para os tribunais e eles que decidam. Quem faz este tipo de acções também mede esse aspecto."
Pois mede. Não temos dúvidas disso. Qual a possibilidade de se ser apanhado por crimes desta natureza? Reduzida. Qual a possibilidade de haver uma pena dura por situações destas? Reduzida. Quem aparecerá como responsável civil pelos prejuízos que selvaticamente criou? Uns quantos indigentes, provavelmente no estrangeiro quando houver uma decisão. Mas admitamos que alguém seria responsabilizado, que a Associação promotora da arruaça existia ou que a promotora da Ecotopia era responsabilizada pela situação. O mais provável é que falisse e abrisse outra ao lado, igualzinha, tão verde e vermelha como a primeira.
Agora imaginemos que pagava mesmo o dano provocado. O preço seria caro? Depende. Veja-se o tempo de prime-time conseguido e percebemos que até é barato.
E a utilidade? Será que este tipo de atitudes é util para a causa que defende. Também aqui depende.
Para quem se preocupe com a introdução dos transgénicos em Portugal certamente o custo é muito caro: até eu, que à partida encaro os transgénicos com desconfiança, saio desta situação com maior simpatia pelos transgénicos e com maior antipatia por quem assim os defende.
Mas para as forças políticas que defendem este tipo de movimentos e de intervenção nada disto importa: o objectivo está plenamente alcançado. Perdem os transgénicos? Que importa? O importante é ser falado, mesmo que seja para dizer mal. O que é importante é dar entrevistas, fazer declarações, tirar fotografias, marcar a agenda. Quem faz - e defende - este tipo de acções também mede esse aspecto.